Um dia Feliz (3° continuação)
Ela dormiu sonhando com o dia seguinte.Finalmente conseguiu comprar um carro,modelo chevette ,cor de vinho .Todo equipado,com rádio ,"cheirava" o novo .
Convidou uma amiga para ir a faculdade ,queria estrear o carro ,mas tinha receio de atravessar a marginal na hora do rush.
Saíram bem cedo ,o dia ainda estava "dormindo" e não perceberam o prenúncio da tempestade .Estava muito feliz ,realizando um sonho.
Quando voltavam a noite ,subindo uma das ruas da Vila Madalena ,a tempestade chegou com ventos fortes ,a água jorrava formando ondas ,no asfalto e calçadas .
A maioria dos carros paravam e as pessoas se abrigavam nos poucos locais disponíveis.Quando passavam em frente a uma padaria os abrigados gritaram e ofereceram uma corda para buscá-las.
Ela não aceitou e disse para sua amiga sair .Vários homens com uma corda vieram ajudá-la .
Sua amiga saiu ,mas antes tentou convencê-la a abandonar o carro ,mas não conseguiu .
Ela engatou a primeira ,a água cobria o motor ,mas foi embora .
Como toda tempestade ,essa foi se amainando até que parou .
Mas onde estou ?O que aconteceu? Estou voando ?Sinto o corpo leve como uma pluma.
Meu carro novo está lá embaixo ?E essa chuva lá embaixo ?Meu carro caiu num buraco?
Quero minha mãe ! Quem está dentro do meu carro com minhas roupas?
Quero descer !
No dia seguinte os jornais publicavam a seguinte manchete:" Universitária enfrentou tempestade e caiu no buraco. Foi tragada pela força da água.Morreu dentro do carro!
29 de julho de 2012
Livre-Arbítrio
Fotografia por Mara Solange Menna
Livre-Arbítrio é a faculdade de determinação livre da vontade humana.
Qual a porta devo escolher para abrir?
Qual caminho ela me mostrará?
GERBERA
21 de julho de 2012
17 de julho de 2012
Floral OAK
Floral Oak: O gigante da
floresta
Oak permite-se a pausa
seguindo os ciclos das estações da natureza e da vida.
É uma árvore zeladora da vida florestal.
Oak segue o fluxo da vida respeitando a natureza,mantém se ativo na primavera e verão,recolhendo-se e descansando no outono e inverno,assim deixa que a vida se renove constantemente.
Oak segue o fluxo da vida respeitando a natureza,mantém se ativo na primavera e verão,recolhendo-se e descansando no outono e inverno,assim deixa que a vida se renove constantemente.
No outono inicia-se uma pausa,
suas folhas caem dos seus galhos.
No inverno as folhas se desprendem
totalmente e estas serão usadas como alimento, nutrindo o solo.
O Oak entrará num longo período de repouso e calma para se recompor de suas tarefas na primavera e verão onde proporcionou abrigo, alimento e proteção para a fauna e flora.
O Oak entrará num longo período de repouso e calma para se recompor de suas tarefas na primavera e verão onde proporcionou abrigo, alimento e proteção para a fauna e flora.
Ele tem que zelar e proteger
todos que necessitam dele para viver.
Oak é indicado para indivíduos
lutadores que ajudam todo mundo e não respeitam seus limites físicos.
Não sabem
se cuidar ,não se permitem o lazer ,são providos de muita força e acabam adoecendo
,pelo mau uso desta.
Por isso o Floral Oak ajuda
pessoas fortes e lutadores, mas que não respeitam a si mesmos, porque não se
permitem parar.
São pessoas que estão sempre
ajudando a todos.
Quando ultrapassam seus limites o seu interior sinaliza uma doença simples
como gripe .
Também pode ocorrer doença
mais grave ,isto é um sinal para a pessoa se focalizar e dedicar mais atenção
a si mesmo.
Estas pessoas estão sempre à
disposição dos outros, e esquecem-se de se proteger e por isso podem passar
períodos de muito estresse.
Funcionam como o Oak servindo
de para-raios da floresta e essas pessoas como Oak podem ter doenças graves que
os façam parar repentinamente de trabalhar.
Aquarela por Lucia Marina Rodrigues |
No caso da árvore Oak os pássaros
deixam marcas profundas nos seus troncos.
Os seres humanos ,assim como o
Oak precisam de pausa e recolhimento, e de tempos em tempos abrir espaço para
renovações para seguirem com a missão de ajudar os outros.
12 de julho de 2012
Portas
Gueixas
Um dia Feliz (2)
Um dia feliz (2)
Ei, que é isto?
- Uma pessoa, nunca viu?
Não, você é uma borboleta.
-E você, o que está fazendo na minha rota?
Não sei. Sinto uma leveza ,sem peso e estou voando,há um segundo eu estava voando nas nuvens, de felicidade, por ter conseguido o emprego dos meus sonhos e de repente ouvi um barulho de batida e estou assim ainda sem chão ,mas leve como uma pluma,não entendo o que me aconteceu e agora aparece você voando no mesmo caminho.
-Eu também não entendo, pois sei que sou uma aeromoça e devia estar no meu primeiro voo.
Fiz um curso muito árduo de treinamento e fui selecionada entre centenas de moças para este emprego.
Eu sempre sonhei ser aeromoça e conhecer novos lugares, usar este uniforme lindo e ainda vou poder ajudar minha família.
Algumas horas antes foi o inicio de um dia feliz.
Hoje me levantei bem cedo e estava no aeroporto às cinco horas para fazer o primeiro horário, que partiu as seis.
Recebi os passageiros na porta da aeronave, as orientações da aeromoça chefe e comecei a servir os aperitivos e o lanche a bordo.
Servi o pessoal da tripulação da cabine. Passei no meu voo de estreia.Estava voando nas nuvens e de repente ouvi um barulho e perdi os sentidos .
Onde estou, e porque todos estão “dormindo”? Que cheiro e este?Algum gás vazando?A aeronave está caindo? O que fiz de errado?Ah meu mundo está desabando. Estou voando novamente.
Porque estou me sentindo leve como uma pena?Para onde estou indo?
Ah!Eu deveria estar dentro daquele avião.
Ajudem-me, estou voando como uma borboleta!
8 de julho de 2012
Paralelas
Paralelas
Caminhando sem rumo pelas ruas desertas
Sem me fixar nos
rostos desconhecidos
Um homem com passos vacilantes me convida
Vou para o lugar dos seus sonhos
Você quer ir?
Fujo correndo como uma louca
Com medo de aceitar seu convite
Que vem ao encontro dos meus desejos
Paro ofegante em frente à igreja fechada
Uma mulher intercepta meu caminho
E grita
Se você ficar louca
Ninguém vai te internar no manicômio
Perdi-me no caminho
Desviei do meu plano
Desencontrei de mim.
Texto de Lucia Marina Rodrigues
6 de julho de 2012
5 de julho de 2012
Fui! E daí?
Fui!E daí?
Zélito, homem de boa índole, franzino, conhecido por
todos no bairro de classe média baixa era aposentado como funcionário público
do Estado. Para complementar a aposentadoria fazia “bicos”, de qualquer serviço,
enfim um faz de tudo um pouco.
Morava no condomínio, ou pombal como chamam os emergentes
que atualmente moram em casas enormes em regiões chamadas de residencial condomínio,
por isso esses conjuntos de quarto e sala passaram a se chamar de pombal.
Sua mulher era bem robusta, com o cabelo pintado de amarelo,
gema de ovo, carapinha, mas Zélito tinha adoração por sua esposa e fazia todo
serviço caseiro, inclusive encerar o já desgastado piso do apartamento. Devido
ao seu peso dona Deusa permanecia quase o tempo todo sentada no velho sofá da
minúscula sala e era manicure das amigas do condomínio,para ajudar no
orçamento.
Aparentemente o casal era um exemplo de amor, fidelidade,
cumplicidade.
O único defeito ,se é que podemos dizer,Dona Deusa não passava um
segundo sem o cigarro na boca,e isto Zélito não deixava faltar.Quando saía de
casa já trazia um pacote fechado para sua amada não se estressar ou abrir a
boca para reclamar . Suas amigas a invejavam por ter um maridão como ele.
Uma noite escura, com chuvas de março torrenciais, verdadeiro
dilúvio, Zelito chegou ensopado como um pinto. Tinha ido fazer um reparo num
apartamento de um bacana no bairro de Ipanema e seu carrinho de estimação ,um
Fiat 147,pintado de azul claro ,parou repentinamente na Linha Vermelha.Ele
mesmo debaixo daquela chuva tentou consertá-lo ,mas foi assaltado e roubaram as
peças ,e com pena de deixá-lo na chuva ,um senhor de idade como ele ,deu cinco
reais para pegar um frescão (ônibus).
Devido à hora adiantada ,Zélito foi caminhando até o Meyer
onde morava,distraindo com os pensamentos que ultimamente ruminavam em sua
cabeça e com uma imensa tristeza de ter perdido seu super carro, único fruto de
seu trabalho que conseguiu amealhar.
Chegou a casa, e?Esqueceu os cigarros!
Dona Deusa, egoísta, só perguntou dos cigarros e Zélito, molhado
como uma galinha que vai ser depenada desceu as escadas desabaladamente, para
procurar alguma birosca aberta e comprar o alimento sagrado de Deusa.
Tudo fechado. A chuva forte parou e apenas uma leve garoa
molhava seu rosto.
Quando viu um posto de gasolina com o bar aberto entrou, pediu
os cigarros e aproveitou para conferir seu bilhete de loteria. Estava
milionário.
O primeiro prêmio, depois de uma vida inteira jogando foi
premiado. Jogou o pacote de cigarro, o qual sempre odiou os malefícios e o
cheiro que impregnava a sua moradia e roupas e saiu andando a esmo, sem rota determinada,
e sem documentos.
Naquela noite dona Deusa esperou em vão e outras também.
Pediu ajuda ao seu vizinho diabético para ajudá-la a encontrar o marido, e
nada.
Foram ao necrotério, polícia, jornais e todos os órgãos públicos.
Ninguém sabia ou viu o Zélito.Era uma viúva de um homem vivo ou morto ,mas nem
a pensão poderia receber porque o corpo não foi encontrado.
Seu vizinho diabético começou a lhe fazer companhia e
depois de algum tempo se ajuntaram no mesmo conjugado, com a diferença que dona
Deusa é que tinha que cuidar dele, o que nunca fez por Zélito.
Algum tempo passou.
Em um domingo ensolarado, depois da macarronada com frango,
seu novo companheiro deitado no sofá que outrora fora seu,vê na televisão a
corrida de fórmula Um os torcedores no Principado de Mônaco e um dos
assistentes era Zélito. Ele chama por Deusa e ela chega devagar com suas banhas
balançando, já gritando, porque está puta da vida de tratar esse novo marido
como um rei, ela que sempre foi uma Deusa com Zélito.
Ah, como ele faz falta!Que
saudades!Quando o homem conta que viu seu ex no paraíso dos milionários, vivinho
e bem acompanhado, ela chora e não acredita.
Tem certeza que o “seu” Zélito, o único que a tratou bem
e nunca a deixou sem seus cigarros deve estar em alguma vala, morto por algum bandido,
por isso ninguém nunca o encontrou, e tudo por sua culpa que exigiu que ele
fosse buscar cigarros, esse seu vício maldito.
Dona Deusa desde que Zélito morreu, para ela, deixou o
vicío e nunca mais fumou, pois sentia se culpada.
Quanto a Zélito,quando se lembra da sua antiga vida ,só
pensa todo feliz, e sem remorso algum: fui! E daí?
Conto de autoria de Lucia Marina Rodrigues para o concurso "Machado de Assis" da CoesaoPoética 2012
3 de julho de 2012
Galeria
Todos sentimentos podem ser expressados em forma de Arte.
Nesta Galeria vamos priorizar a estética e o pensamento contemporâneo.
Faremos uma exposição virtual que instigará sua mente.
A interpretação é sua ,você é dono do seu pensamento.
Contamos com a colaboração do fotógrafo profissional Rodrigo Moura,da psicopedagoga e restauradora Mara Solange Menna , alguns trabalhos de minha autoria e de outros que queiram se juntar a nós.
Convido a todos que apreciam artes para vivenciar esta exposição virtual que postaremos individualmente.
Obrigado.
Lúcia
Nesta Galeria vamos priorizar a estética e o pensamento contemporâneo.
Faremos uma exposição virtual que instigará sua mente.
A interpretação é sua ,você é dono do seu pensamento.
Contamos com a colaboração do fotógrafo profissional Rodrigo Moura,da psicopedagoga e restauradora Mara Solange Menna , alguns trabalhos de minha autoria e de outros que queiram se juntar a nós.
Convido a todos que apreciam artes para vivenciar esta exposição virtual que postaremos individualmente.
Obrigado.
Lúcia
2 de julho de 2012
Híbrido
Fotografia por Rodrigo Moura
Híbrido :que provém de espécies diferentes,composto de elementos de origem diversa.
Híbrido :que provém de espécies diferentes,composto de elementos de origem diversa.
1 de julho de 2012
Um Dia Feliz
Um dia feliz...
O
despertador antigo tocou aquele comum rimmmmmmmmmmmmm, e ela esticou o braço
apertando o botão de parar. Foi rápido ,pois já estava acordada há tempos,ou
melhor não dormiu devido a excitação.O ponteiro marcava 3 horas .Não precisaria
de mais que quinze minutos para estar pronta ,pois o primeiro ônibus começa a
circular a partir de 4 horas,mas a felicidade que sentia era maior que o medo e
ela não passa duas vezes no mesmo lugar ,então temos que estar despertos para
agarrá-la.
Seu momento havia chegado .
Vestiu a
melhor roupa: camisa de algodão xadrez azul e branco, calça comprida de brim, uma
imitação barata de jeans, sandália de couro cru, tipo nordestino e a bolsa
preta surrada. Verificou mais uma vez os
documentos ,olhou no espelho passando um pouco de sabonete no cabelo para
assentar alguns fios carapinha.
Fechou a
porta delicadamente e saiu para o amanhecer que ainda dormia. As ruas desertas
não amedrontavam.Porque quando vamos ao encontro do que queremos não vemos o
perigo a espreita,esqueceu até das palavras que sempre pronunciava antes de
sair: “Orai e Vigiai”.
Subiu a
escada escura e mal cheirosa da ruela até atingir a rua principal. Esperou
ansiosa o primeiro ônibus para levá-la até a Rodoviária.
Não queria
chegar atrasada e outro ônibus intermunicipal circulava com poucos horários. Mas
tudo daria certo .Estudou o percurso desde que chegara no seu pequeno quarto e
viu o telegrama para comparecer no endereço para tratar assunto de seu interesse.
Ela vibrou muito,
sabia que se tratava de um emprego o qual sonhara e se preparou durante anos
para essa oportunidade. Seu dia chegou.
Quando o
ônibus intermunicipal estava na estrada, denominada Rodovia da Morte, ficou em
pé para localizar o local que teria que descer. O motorista parou no quilometro
indicado e ela desceu.
Lá estava ela,
seu sonho, imponente, muitos prédios rodeado de um jardim enorme, tudo muito limpo.
Outro mundo ,ela pensou ,e eu quero muito pertencer a este lugar . Eu mereço.
Na portaria
suntuosa se identificou e não se importou com os olhares de desprezo das
recepcionistas quando disse a que veio.
Orientaram
como chegar ao prédio, dentre muitos, e mais uma recepcionista pediu para esperar,
até que o doutor a chamou.
Sentado em sua
mesa, foi muito objetivo, apontou uma lousa e já foi testando seu conhecimento
para o cargo.
Ela
respondia a tudo e escrevia com o giz rapidamente sem pestanejar em nenhum
momento.
Quando acabaram
as perguntas ele disse: eu prefiro um homem para esta vaga, e observando ela
dos pés a cabeça,continuou dizendo , acho que não terei nenhum problema com a senhora,
a vaga é sua “doutora”, mas vejo um problema que talvez você não queira aceitar.
Ela mais que depressa foi responder que aceitava qualquer exigência, ele cortou
sua palavra e disse que o salário seria de uma certa quantia que a deixou com a
cabeça fora de órbita. Era muito ,mas muito mais que ela almejou ganhar na vida
,talvez porque não se julgasse merecedora de tanto .
Despediu-se e agradeceu, querendo
se ajoelhar na frente daquele simpático senhor de olhos verdes. Ele se aproximou,
apertando forte sua mão dizendo: então até amanhã se você puder começar já
“doutora”. E ela humildemente respondeu:sim posso começar amanhã mesmo e
obrigado por me tratar de “doutora”.
E ele respondeu :somos iguais ,temos o
mesmo conhecimento e somos doutores.
Ela queria
só sair ràpidamente e chegar até sua mãezinha para contar tudo que aconteceu. Seu
sonho ,suas preces ,tudo compactuou para essa realização.
Quando saiu
da portaria sentiu que seus pés não tocavam no chão, parecia que voava e com um
sorriso nos lábios colocou os pés para atravessar a rodovia do outro lado onde
tomaria o ônibus de volta.
Ouviu um
barulho forte e estava voando novamente, é de felicidade pensou e sorriu.
Aquarela por Lucia Marina Rodrigues
Estava voando,
é a pressa de chegar e contar para mãezinha.
Sentiu seu corpo leve como uma
pena e seus enxergaram longe e viram :um corpo estirado na estrada ,viu uma
camisa de xadrez azul .
Que é isto?
Sou eu caída no chão?
Não pode ser!
Estou voando,
não sinto meus pés, mas é de felicidade.
E meu corpo não sinto!
Sou duas?
Quem está
com minha roupa caída no chão?
Porque não sinto meu corpo?
Ei, estou aqui!
Ninguém me vê?
Eu preciso contar para mãezinha que realizei o meu sonho!
Ei!
Para onde
estou indo!
Eu vou começar a trabalhar amanhã!
Ei me escutem!
Lúcia
Marina Rodrigues
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Mntenha o seu coração tranquilo e deixe tudo nas mãos que foram feridas por amor a você.
Text Elizabeth Elliot

-
Text Elizabeth Elliot