4 de dezembro de 2014

Trauma de "under wear"(Mini Conto)


Estava revoltada. Trabalhava muito e não era promovida .

Cada promoção que surgia o sexo masculino recebia e eu ficava a ver navios.

Eu estava feliz com meu salário e cargo, mas eu queria uma promoção em qualquer área.

Quando reclamava o chefe dizia que eu precisava fazer “tal” curso, e eu ia correndo fazer. E assim o tempo passava, as promoções iam sendo dadas para outros e eu ficava só fazendo cursos. Tenho um currículo com mais de mil cursos.

Até que um dia falei para o chefe, qual curso que me falta?
Ele respondeu... Você tem que procurar um médico pois está muito estressada e me deu o nome .

Marquei consulta e quase desmaiei com o preço, mas fui.

O médico trabalhava seis meses e o restante ficava fazendo cursos no exterior.

Quando lá cheguei sua mulher me atendeu, uma senhora elegante, de meia idade cabelos branco e era médica também.

Fiquei sozinha com ele no consultório e ela foi para o hospital.

Apesar de ser uma conversa pediu para eu tirar a blusa. Estranhei, mas tirei. E lá fiquei com meu lindo soutien cor de pêssego todo rendado.

Ele mediu minha pressão e mandou-me despir a calça comprida.

Fiquei em pânico! Um homem lindo, jovem, inteligente, mas eu não entendi, porque eu fui para resolver meu problema de estresse e não tirar a roupa!

E quando tirei a calça fiquei paralisada... minha calcinha era branca e não era conjunto da mesma cor .

E o pior eu estava usando meias de nylon até os joelhos (3/4)!

Horripilante! Ele todo respeitoso examinou minha barriga, mandou eu me vestir e contar sobre meu estresse.

Não consegui falar, só queria sair correndo, pois estava muito envergonhada da minha “under wear”.

Voltei outras vezes, pois realmente era um excelente médico, fui promovida, mas isto é outra história.

Tenho trauma até hoje, em qualquer horário e lugar uso conjunto, e nunca mais usei meias ¾.

Tenho pânico de se acontecer algum acidente na rua, ou eu morrer em casa e me encontrarem de calcinha diferente de soutien!

Nem o próprio médico conseguiu achar a causa deste trauma e nem eu.

De qualquer maneira, procuro não me contrariar.
( Mini Conto Lúcia Marina Rodrigues)






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